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quinta-feira, 4 de março de 2010

O Enigma do Atlântico



A possível existência de civilizações submarinas é um assunto que há muito instiga a imaginação dos escritores de ficção cien tífica. Não é difícil entender o porquê. Como o leito dos oceanos da Terra permanece em sua maior parte intacto, pode-se facil mente imaginar que existam cidades subaquáticas construídas por seres subterrâneos mais adiantados que não sejam conhecidas pelo Homem. Contudo, ao mesmo tempo em que histórias baseadas em tal possibilidade permanecem populares na literatura de fic­ção científica, numerosos incidentes na vida real ocorridos neste século são capazes de provar que o fundo dos oceanos pode escon der segredos que se adaptariam perfeitamente a um romance de Júlio Verne.
1902:

Um enigma no Atlântico

Nas primeiras horas do dia 28 de outubro de 1902, o navio mer cante britânico de nome SS Fort Salisbury rumava para o norte a todo vapor através do golfo da Guiné, não muito longe da costa ocidental da África, no Atlântico Sul. O mar estava calmo e o céu, limpo, de modo que foi fácil para o vigia do navio avistar duas luzes vermelhas que emergiam a menos de cem metros adiante a estibordo. Ao olhar as luzes com binóculos, o vigia observou que elas ilu minavam um objeto imenso e escuro que, embora tendo claramen te a forma de um transatlântico, era de um tipo nunca visto antes. Consciente de uma possível colisão, ele alertou o operador do leme e chamou o segundo-oficial, A. H. Raymer, que acorreu ao convés para ver, com seus próprios olhos, a misteriosa embarcação.

Entretanto, o segundo-oficial teve a oportunidade de obser var o objeto apenas por uns poucos instantes antes que ele sub mergisse. Ainda assim, foi o suficiente para confirmar os detalhes básicos observados pelo vigia.
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Mais tarde, ao fazer anotações no diário de bordo, Raymer designou o ocorrido como “um tanto assustador... não podíamos enxergar bem o objeto na escuridão, mas tinha de 150 a 180m de comprimento e possuía duas luzes, uma em cada extremidade. Com um mecanismo desconhecido — uma barbatana, quem sabe? — agitava as águas. Percebemos que suas laterais eram escamadas; ele foi então desaparecendo gradativamente por baixo das vagas”. Falando em outra ocasião sobre a experiência, Raymer aventou a possibilidade de eles terem visto o casco de um navio emborcado, mas rejeitou-a em seguida. Ele alegou que era muito experiente para cometer um erro daquele tipo e, além do mais, nenhum bar co desaparecera naquela época nos mares da África Ocidental.

A possível confusão com algum animal marinho era uma pos sibilidade muito mais remota. Embora cada uma das testemunhas a bordo do Fort Salisbury tivesse observado que a superfície do objeto parecia escamada e não lisa, as chances de terem visto uma espécie de peixe gigante eram menores que zero, pois precisaria ser muitas vezes maior do que uma baleia azul, a maior das criatu ras aquáticas. Além disso, segundo o comentário de um membro do almirantado, peixes não usam faróis.
Por causa do mecanismo que possuía e do seu comportamen to, tratava-se evidentemente de algum tipo de embarcação sub marina. O único problema dessa teoria era que, no ano de 1902, nenhuma nação na Terra dominava a tecnologia de construção de submarinos daquele tamanho. Em 1888, o primeiro submari no a operar plenamente foi lançado ao mar pelos franceses, era movido por uma hélice simples e impulsionado por um motor elétrico, pesando somente trinta toneladas. Dois anos depois, os alemães, que eram os verdadeiros mestres da tecnologia de veícu los submersíveis, lançaram ao mar uma embarcação de duzentas toneladas, que não se tornou plenamente operacional antes de 1905. Portanto, aquela aparição, sem explicação naquela época, conti nua a ser um enigma.

Fonte: Além do Impossível - Richard Lazarus

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